Pai nosso | Pai... Mãe... de olhos mansos, |
que estás nos céus, | Sei que estás, invisível, em todas as coisas. |
santificado seja o teu nome; | Que teu nome me seja doce, a alegria do meu mundo. |
venha o teu Reino, | Traze-nos as coisas boas em que tens prazer: o jardim, as fontes, as crianças, o pão e o vinho, os gestos ternos, as mãos desarmadas, os corpos abraçados... |
faça-se a tua vontade assim na terra como nos céus; | Sei que desejas dar-me o meu desejo mais fundo, desejo que esqueci... Mas tu não esqueces nunca. Realiza pois o teu desejo para que eu possa rir. Que o teu desejo se realize em nosso mundo, da mesma forma que ele pulsa em ti. |
o pão nosso de cada dia dá-nos hoje | Concede-nos contentamento nas alegrias de hoje: o pão, a água, o sono... Que sejamos livres da ansiedade. |
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; | Que nossos olhos sejam tão mansos para com os outros como os teus o são para conosco. Porque se formos ferozes não poderemos acolher a tua bondade. |
e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Amém. | E ajuda-nos para que não sejamos enganados pelos desejos maus e livras-nos daquele que carrega a Morte dentro dos próprios olhos. Amém. |
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Pai nosso - Rubem Alves
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